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Bento de Jesus Caraça



O Homem e o Livro — História dos Livros

M. Iline

O Homem e o Livro é um dos livros mais traduzidos e editados de M. Illine. Com o título original em russo, equivalente a Preto no Branco, surge, quer com títulos equivalentes a Preto no Branco, Preto no Branco, a História dos Livros, A História dos Livros e O Homem e o Livro - História dos Livros. Este livro, em diversas línguas, tem pelo menos 25 edições entre 1930 e 1997.

O livro está dividido em duas partes: Na primeira parte é desenvolvida a evolução da comunicação, desde a simples comunicação oral, anterior à escrita, evoluindo para representações simbólicas de factos ou conceitos, passando pela escrita ideográfica, até à construção de alfabetos.

Na segunda parte, o livro aborda a forma física dos livros (mesmo quando ainda não tinham o formato de livro) e os materiais que foram sendo utilizados ao longo da História. Desde o uso da pedra em monumentos e de placas de cera ou argila, passando pelo papiro, pelo pergaminho, peles de animais e, finalmente o papel revê-se a forma como as circunstâncias históricas e o desenvolvimento das tecnologias, foram permitindo a evolução do objecto livro de uma raridade de objecto único à produção em massa permitida pela invenção da imprensa.

Esta segunda parte termina com um capítulo sobre O destino dos livros que aborda brevemente a questão da conservação para gerações seguintes e a destruição de livros por acidentes ou actos intencionais.

O livro foi inicialmente escrito para jovens e crianças mas, claramente, permite a sua leitura por um leque mais amplo de leitores com o interesse em explorar o assunto.

Apesar dos anos passados sobre a sua escrita, o material exposto mantém actualidade. É claro que, na primeira parte, novos dados sobre a evolução das línguas e da escrita, permitiriam hoje ir um pouco mais longe. Do mesmo modo, seria interessante analisar a forma de escrita de línguas actuais de carácter ideográfico, como chinês e o japonês, por exemplo.

Por outro lado, na segunda parte, falta toda uma análise da impressão com tecnologias fotográficas, para além do uso de tipografia mecânica, mas essa tecnologia não estava disponível quando o livro foi escrito.

Do mesmo modo, nem o autor sonhava com a utilização de suportes digitais para produzir, comercializar a armazenar livros e outros documentos. Curiosamente, neste novo capítulo da história do livro, ao contrário do que seria expectável, a questão da conservação e da disponibilização futura de um livro volta a ser uma questão não resolvida, sobretudo por causa da constante actualização de formatos digitais e do software de tratamento, criando formatos obsoletos de difícil recuperação. Um outro aspecto que coloca em causa a conservação de documentos por períodos longos tem a ver com a degradação do suporte em que os documentos estão gravados, por um lado, e com a necessidade de dispor de um instrumento externo ao livro (um computador, por exemplo) para o conseguir ler, o que, dentro de alguns séculos pode não ser um dado adquirido.

GSA