Augusto Pires Celestino da Costa foi um professor universitário da Faculdade de Medicina de Lisboa nas áreas de histologia e embriologia. Nasceu em 16 de Abril de 1884 em Lisboa e faleceu na mesma cidade em 27 de Março de 1956. É pai de Jaime Celestino da Costa, também professor catedrático na mesma faculdade, estabelecendo-se, por vezes confusão entre os dois nomes.
Celestino da Costa estudou e formou-se (em 1905) na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa que viria a dar lugar em 1911 à Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, com uma tese sobre as glândulas supra-renais. Durante o curso foi influenciado pelo Professor Mark Athias tendo dado especial relevo ao estudo da Histologia e Embriologia. No final do seu curso foi estagiar para Berlim, onde trabalhou sob a orientação de Oscar Hertwig e, posteriormente, Carl Benda e Max Rubner, onde permaneceu até 1908. Regressado a Portugal, iniciou a sua carreira docente ainda na Escola Médico-Cirúrgica em 1911, no mesmo ano em que esse estabelecimento foi integrado na Universidade de Lisboa e transformado na Faculdade de Medicina de Lisboa de que foi director de 1935 a 1942. Ao longo da sua vida profissional visitou vários outros laboratórios estrangeiros nas áreas de histologia e embriologia, procurando manter-se a par dos avanços nestes campos.
Celestino da Costa, para além da Investigação Científica, atribuía a maior importância ao ensino, quer teórico, quer prático, tendo produzido numerosos textos especialmente orientados para o ensino. Na mesma linha, dava grande importância à Divulgação Científica. Nesse contexto, para além de outras obras foi autor de um conjunto de livros de referência na Biblioteca Cosmos, sobre o Corpo Humano (números 51, 54 e o volume duplo 66/67). Publicou ainda vários textos sobre a História da Medicina.
O artigo da Wikipedia abaixo referido apresenta uma extensa Bibliografia do autor. Colaborou também com as revistas Pela Grei e Homens Livres.
A sua estadia na Alemanha deu-lhe a oportunidade de visitar e conhecer institutos de investigação de ponta e levou-o a, após regressar, para além de se dedicar à Investigação, fundar em colaboração com alguns colegas, Roberto Chaves, Alfredo Magalhães Ramalho e Luís Simões Raposo o Instituto de Histologia e Embriologia que dirigiu desde a sua fundação em 1911 até 1954.
Foi o primeiro Presidente do Instituto para a Alta Cultura, fundado em 1936, sucessor da Junta de Educação Nacional, organismo que lhe atribuíu a bolsa que lhe permitiu estagiar na Alemanha. Foi Presidente da Junta de Educação Nacional de 1934 a 1936 ano em que a Junta deu origem ao Instituto para a Alta Cultura. aí, exerceu o cargo até 1942.
Celestino da Costa participou na fundação da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais em 1907. Foi também director técnico do Aquário Vasco da Gama de 1913 a 1921. Em conjunto com Marck Athias e Abel Salazar funda os Arquivos Portugueses de Ciências Biológicas.
Celestino da Costa aderiu ao MUD em 1945 e foi afastado da Universidade por uma Resolução do Conselho de Ministros de Junho de 1947, juntamente com um conjunto de outros professores, decisão que no seu caso e de outros três universitários foi revogada em Setembro do mesmo ano.
Foi recentemente publicada pelas Edições Cosmos uma biografia de Celestino da Costa da autoria de J. F. David-Ferreira e Tiago Brandão, Augusto P. Celestino da Costa (1884-1956) A cruzada pela ciência portuguesa. É relevante transcrever um trecho do Prefácio de José Barata Moura.
O livro a que estas linhas servem de preâmbulo - em obediência a um convite que muito me honra configura uma dupla homenagem sentida: ao Professor Augusto Pires Celestino da Costa - o Mestre reconhecido -, e ao Professor José Francisco David Ferreira, "o seu último discípulo". A pedido da família e dos continuadores da obra de David Ferreira, o Doutor Tiago Brandão encarregou-se - com critério e mestria no ofício - de conferir às redações e fragmentos no espólio recolhidos a forma concatenadamente legível que na publicação presente se saúda: articulando troços incompletos na redacção, procedendo a pertinentes contextualizações antes tão-só em esboço sugeridas, aduzindo uma iluminadora série de textos menos acessíveis de Celestino da Costa, compondo um cuidado aparato crítico de notas, perfis biográficos, e indicações bibliográficas.
No Arquivo de Ciência e Tecnologia pode-se encontrar o Arquivo Augusto Pires Celestino da Costa com documentos vários.
Fontes de informação:
GSA