Irene do Céu Vieira Lisboa, nasceu em Arruda dos Vinhos, freguesia de Arranhó, em 25 de Dezembro de 1892 e faleceu em Lisboa, em 25 de Novembro de 1958. Foi uma professora e pedagoga, tendo sido também escritora, quer como prosadora, quer como poetisa. Parte da sua escrita foi dedicada ao público infantil.
Iniciou a sua formação de professora em 1911 na Escola Normal Primária de Lisboa, tendo terminado o curso em 1914. Continuou a sua formação na Suíça, França e Bélgica, bem como em Portugal, tendo-se especializado em Ciências da Educação. É autora de um extenso conjunto de obras sobre Educação, sendo as mais significativas referenciadas adiante.
Ainda aluna na Escola Normal, funda com a sua amiga Ilda Moreira e duas outras colegas, a revista Educação Feminina, que se assume «Órgão das Normalistas de Lisboa» e que, após sete números seria proibida pelo Conselho Escolar.
Profissionalmente, iniciou a sua actividade como professora do ensino infantil, tendo sido em nomeada em 1932 Inspectora Orientadora do ensino primário e infantil. Tentou colocar em prática as ideias que tinha sobre ensino, tentando reformular profundamente a actividade do organismo em que foi colocada. A sua acção punha em causa a intenção política de simplesmente controlar administrativa e disciplinarmente a actividade dos professores. Sendo assim, foi rapidamente afastada e colocada num cargo administrativo e, posteriormente, colocada em Braga numa espécie de exílio, lugar que não aceitou, tendo sido afastada da função pública. Aderiu ao MUD em 1945.
Reformada muito cedo (com 48 anos) dedicou-se à produção literária e de textos pedagógicos. Utilizou vários pseudónimos: João Falco, Manuel Soares e Maria Moira. Faleceu em Lisboa a um mês de completar os 66 anos. A sua obra literária foi muito bem aceite por alguns grandes escritores portugueses do século XX, mas teve fraca aceitação do público, provavelmente por, especialmente na poesia, ser formalmente muito inovadora para a época.
Em 1988 a FENPROF fundou em sua homenagem, o Instituto Irene Lisboa.
Na sua terra natal, Arranhó, existe o Museu Irene Lisboa inaugurado em 1999.
Na página da Wikipedia que lhe é dedicada e na sua Biografia na livraria on-line Wook, são feitas breves caracterizações da sua obra literária e da forma como foi aceite pelo público e pela crítica.
Numa página do Blog sibilante, Jorge da Cunha faz uma breve mas interessante análise sobre Irene Lisboa, como professora, educadora e pedagoga.
Publicações de Irene Lisboa na área da pedagogia
Na Biblioteca Cosmos publica um volume:
Para além do trabalho publicado na Biblioteca Cosmos, referem-se os seguintes:
Irene Lisboa tem uma extensa colaboração com a revista Seara Nova. Publicou aí 177 textos*. Parte desses textos foram assinados com outros nomes.
Textos assinados como Irene Lisboa.
Textos assinados como João Falco.
Textos assinados como Manuel Soares.
Textos assinados como Maria Moira.
A Seara Nova, após a sua morte dedica-lhe o número 1361 de Março de 1959.
Recentemente (em 2021) a I Create editou uma recolha dos textos pedagógicos de Irene Lisboa com o título A Escola do meu Coração com organização e texto introdutório de Jorge da Cunha e Prefácio de António Sampaio da Nóvoa.
Irene Lisboa foi alvo de estudo de vários autores. Seguidamente enumeram-se alguns livros sobre a escritora e a pedagoga:
Algumas teses de Mestrado sobre Irene Lisboa, a sua obra e o seu legado:
Existe um blog dedicado a Irene Lisboa animado por Jorge da Cunha com actividade muito regular.
Há alguns documentários sobre Irene Lisboa, ou que à sua obra se referem:
Fontes de informação:
*Andrade, Luís (2021). A Seara Nova. Imprensa Nacional, Colecção O Essencial.
GSA