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Bento de Jesus Caraça

António Pereira de Sousa da Câmara


António Pereira de Sousa da Câmara nasceu em Lisboa, em 1901, provavelmente em 6 de Janeiro, embora em algumas fontes seja indicado o mês de Novembro. Faleceu em 19 de Julho de 1971, também em Lisboa.

António Câmara foi Professor Catedrático do Instituto Superior de Agronomia, escola em que se tinha formado como Engenheiro Agrónomo e Engenheiro Silvicultor. Leccionou as cadeiras de Agricultura Geral e de Máquinas Agrícolas. Leccionou ainda a cadeira de Trematologia que, de algum modo era a área científica precursora da Genética no final do século XIX e início do século XX.

No seu trabalho de investigação foi pioneiro no estudo e investigação da Genética em Portugal, tendo estagiado, após a conclusão do seu curso nas Universidades de Edimburgo (1932-1933) e Cambridge (1933). Mais tarde estagiou também na Alemanha no Kaiser Wilhelm Institut für Biologie (1936) e na Universidade de Missouri nos Estados Unidos da América (1948).

Numa tese de doutoramento de Cláudia Sofia Ninhos, abaixo referenciada é feita (páginas 359 a 372) uma interessante análise do efeito do estágio na Alemanha na actividade científica de António Câmara, após o seu regresso. Um outro estudo relevante é um artigo de Júlia Gaspar e outros ( Scientific life under the Portuguese dictatorial regime (1929-1954): the communities of geneticists and physicists), também referenciado abaixo.

António Câmara esteve envolvido activamente na política agrícola do regime Salazarista que procurava, tanto quanto possível, garantir a autonomia na produção de alimentos, nomeadamente cereais. em 1932 foi Vice-Presidente da Junta de Fomento Rural (na dependência directa do Ministro da Agricultura que era o Presidente). Foi um dos organizadores da Campanha do Trigo. Uma análise desta campanha e do seu papel na política do Estado Novo pode ser encontrada nos dois artigos da Análise Social, abaixo referenciados.

Em 1936, António Câmara foi fundador e primeiro Director da Estação Agronómica Nacional seguindo um movimento que se espalhava por toda a Europa de constituição de centros de investigação agronómica com ligação estreita à produção agrícola e às políticas públicas. A Estação Agronómica, sob sua orientação, foi um importante polo de expansão da investigação científica na área da genética.

Na Estação Agronómica Nacional fundou em 1939, a revista Agronomia Lusitana que se publicou até 1983.

António Câmara, para além do volume 11 da Biblioteca Cosmos, ABC da Genética é autor de vasta bibliografia que pode ser consultada no documento do ISA abaixo referenciado.

Fontes de informação:

GSA